Basta chegar ao poder para mudar o discurso

Quem lembra dos discursos inflamados de Stela Farias e Elvino Bohn Gass a favor das Comissões Parlamentares de inquérito durante o governo de Yeda Crusius? Pena que os dois não são deputados estaduais para acompanharmos a mudança de discurso no governo petista. Stela (PT), deputada estadual licenciada, atualmente é Secretária Estadual de Administração, enquanto Bonh Gass (PT) foi eleito deputado federal. Raul Pont (PT), outro combativo “defensor da ética” anda meio sumido frente ao escândalo do Daer, comprovado em reportagem da TV Globo (assista). Quem lidera a tropa de choque ao governo petista são os novos deputados do partido de Tarso Genro. Aqueles que eram deputados estaduais durante o governo anterior evitam comentar sobre o pedido de CPI apresentado pelo “também novo” deputado Diógenes Basségio (PDT), partido que também quer abafar o caso no legislativo, porém assinava qualquer pedido de CPI’s que envolvia o governo tucano. O governo fala em força tarefa interna e investigação no Ministério Público, mesma desculpa que os membros da gestão anterior justificavam para a não-assinatura das CPI’s. Há partidos “coerentes” e coerentes (sem aspas) na Assembleia: aqueles que assinavam os pedidos de CPI’s no governo anterior e assinaram agora e aqueles que evitavam assinar no governo anterior e evitam assinar agora (por isso as aspas). O único coerente é o Democratas, capitaneado pelo deputado Paulo Borges, que assinou desde o primeiro momento a CPI do Detran, a CPI da Corrupção e a CPI do Daer. As duas primeiras comissões durante o governo Yeda e a última – se houver – durante o governo petista. Já os “coerentes” são o PP, o PRB e o PTB, que – o último – teve a proeza de integrar o governo Rigotto (PMDB), o governo Yeda e agora tem a “coerência” de permanecer no poder durante o governo petista. PT, PSB, PC do B e PDT eram “os paladinos da ética” durante o governo Yeda e agora servem de tropa de choque às denúncias provadas na TV, ao contrário do PMDB, do PSDB e do PPS, que agora se tornaram os defensores das “investigações legislativas pelo bem do Rio Grande”. Todavia, o partido que mais espanta neste imbróglio é o PT, pelo contraste de seus discursos quando fora rival ao governo anterior com o atual cenário. É o jogo de quem faz o governo e a oposição, não muito diferente do que ocorre lá em Brasília.

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