Gaúchos não votaram em partidos políticos

Há mais de um ano atrás ocorreu a apuração do primeiro turno das eleições gerais no Brasil. Confira a porcentagem de votos válidos dos então candidatos ao governo do estado José Fogaça (PMDB), Tarso Genro (PT), Yeda Crusius (PSDB) e a porcentagem do então candidato José Serra (PSDB) no primeiro e no segundo turno nos vinte municípios mais populosos do Rio Grande do Sul e da média estadual. A ordem dos municípios corresponde ao número de habitantes com base no Censo 2011 do IBGE.
Três pontos relevantes podem ser observados na tabela acima. O primeiro é a relação entre a porcentagem dos votos somados de José Fogaça e de Yeda Crusius com a porcentagem dos votos de José Serra no primeiro turno. Na média estadual e na maioria dos municípios a porcentagem é semelhante. Em tese, a maioria dos eleitores de Fogaça votaram em Serra, o que mostra o fraco desempenho da orientação do PDT no voto Fogaça-Dilma e a predominância da orientação da maioria dos dirigentes do PMDB e do DEM gaúcho, ou seja, o voto em José Fogaça para Governador e em José Serra para Presidente. Outro ponto relevante é a comparação entre os votos de Tarso Genro e os votos de José Serra no segundo turno. Em 14 dos 20 municípios, José Serra conquistou mais de 50% dos votos válidos no segundo turno. Em 19 dos 20 municípios, Tarso Genro foi eleito com mais de 50% dos votos válidos. O interessante é que em 13 dos 20 municípios Tarso e Serra obtiveram mais de 50% dos votos o que, em tese, eleitores de Tarso Genro votaram em José Serra no segundo turno; não em Dilma Rousseff, candidata do seu partido. Ressalto a expressão “em tese”, pois há eleitores que votaram no primeiro turno e não votaram no segundo turno e vice-versa. O terceiro ponto relevante é a despartidarização do pleito, logo em um Estado conhecido históricamente por polarizações: Chimango contra Maragato, gremista contra colorado e petista contra antipetista. O mesmo PSDB que obteve 18,4% para o governo do Estado, obteve mais de 50% para a Presidência da República no segundo turno. Em Caxias do Sul, a realidade é ainda mais distante: Yeda com 14,2% e Serra com 60,6%. O eleitor que rejeitou a ex-governadora, rejeitou a candidata e não o partido da candidata.

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